sábado, 23 de janeiro de 2010

No tempo ...




À memoria da minha avó – Joana –


E se eu hoje parasse no tempo?



Dormitasse sobre sentimentos difusos,

Emoções desconexas que

Assolam o interior do meu ser?



E se o tempo parasse em mim?



Apagasse o passado e me devolvesse à memoria

Os sorrisos roubados

Abruptamente

Naquele fatídico anoitecer?




Recordo-te

No tempo

Que passa




Recordo-me

No passado

Que revivo



Paro nesse instante

Nublado

Onde tu e eu

Somos a imagem deste espelho

Agora quebrado



Fragmentos de vida

Indivisivelmente dilacerados

A dor

Que tarda neste tempo

Perder-se ...



Carla Alves ©
23 de Janeiro de 2010




Fotografia – Alba Luna ©

3 comentários:

Elcio Tuiribepi disse...

Um lindo fim de semana...cheio de sorrisos e alegrias inesperadas...
Um abraço na alma...bjo

Guacira Maciel disse...

Olá, bom dia.
Lindo poema; doce e nostálgico; as avós (me parece, pois não conheci as minhas), proporcionam esses sentimentos tão suaves...e, na infância, constroem alicerces firmes para o resto das nossas vidas (percebo isso em meus filhos).
Obrigada por esses instantes tão belos.
Um beijo,
Guacira Maciel

Unknown disse...

texto sentido... vivido... bem pautado. acelerações e travagens próprias de dor e sofrimento.
muito bonito.