Respiro a brisa fresca da manhã
Sinto o orvalho gélido sob os meus ombros
Desnudos
Vazio
Intenso
Contemplo a imensidão do horizonte
Fito a linha ténue que o delimita
De pés descalços
Percorro o trilho das estrelas incandescentes
Atravesso o vácuo silencioso que me projecta
Errantemente
Para lá dessa linha
Tão distante
Impenetrável
Observo esta nova esfera
Que me envolve
Sinto frio
Tudo é triste e escuro aqui
Não decifro as imagens desconexas
Que ante o meu olhar sagaz se projectam
Quero partir
Fugir
Regressar a mim
Sorrir
Carla Alves ©
11 de Novembro de 2009
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