Sentada no chão de pedra
Tracejo um sorriso na areia
Agarro um balão que passa
E deixo – me levitar
Sob o laranja – musgo dos telhados
Que, agora, me parecem tão distantes …
O vento beija – me a face traquina
Afaga – me a roupa desfraldada
Colorida de risos
Salpicada de sensações
Sinto cócegas nos meus pés descalços
O cordel foge – me, lentamente, das mãos frágeis de criança
Rebelde
Sonhadora
Audaz
Aproxima – se uma montanha
Salto, destemida, para o seu topo
E enquanto me despeço do meu balão imaginário
Abro sorrateiramente o portão do jardim
E sento – me à soleira da porta
Fitando o azul do céu …
27 de Abril de 2009