Olho – me ao espelho e vejo
O rosto de sempre.
Sem marcas do tempo
Sem sinais da minha
Já longa caminhada.
Continuo a ser
A eterna criança:
Alegre
Feliz
Sonhadora.
Contudo,
O tempo passa.
A vida corre a uma velocidade estonteante.
Tudo gira
À minha volta
Como se perante um looping
Desafiante
De uma montanha – russa
Me encontrasse.
Hoje parei em frente ao espelho
E tentei passar a fronteira daquele rosto
Usual.
Deparei – me, então, com uma coisa fascinante
Nunca antes apercebida:
Envelheci.
O tempo pintou o meu rosto
Com novas paletas.
Tons de branco
Nos meus negros cabelos
Deixou.
Mas, a eterna inocência
O brilho no meu olhar
Serão,
Para sempre,
Intemporais.
Volto as costas ao espelho.
Saio para a rua
E corro
Para “apanhar” o dia que já vai
A meio …
04 de Julho de 2008,
Carla Alves ©