Esperei por ti …
Não vieste.
O vento sussurrava baixinho
Enquanto por ti esperava
Fingi não ouvir o segredo que
Abruptamente me revelava.
Esperei …
Em vão esperei.
Na praia deserta.
Guardei os meus sonhos para lá da linha
Do horizonte
Lá longe,
Tão distante,
Fora do alcance da minha pequena mão
Gelada
O vento corta-me a pele
Grita agora bem alto
Espalhando pelo areal
Aquilo que tento, em vão, não escutar.
Ignoro os seus intentos.
E, um pouco mais, esperei …
Fui esperando,
Desesperadamente,
Até que decidi partir
Solitária
O vento parou repentinamente.
Olho ao meu redor
Escuto,
Atentamente, o silêncio
Que me cerca
Encosto um pequeno búzio à minha face
Enregelada …
Sorrio.
O som das ondas
Diz-me enraivecido que
Amanhã
Talvez virás …
1 de Agosto de 2009
Carla Alves ©
3 comentários:
Oi Carla, talvez nada mesmo seja em vão, pois talvez para tudo haja um propósito, mesmo que este no momento nos pareça incompreensível...
Sorrir e viver ainda é o melhor remédio...um abraço na alma
Bom fim de semana...
Quem espera, desespera...
Mas a esperança do dia seguinte não morre, porque há mais marés que marinheiros...
Querida amiga, gostei imenso deste teu magnífico poema.
Boa semana, com boa praia, se possível.
Um beijo.
Que lindo Carla! Descreveste de uma forma tão romântica e bonita a incerteza da espera... fica-se com a sensação de que afinal não é assim tão triste.
Bjocas :-)
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