domingo, 6 de setembro de 2009

No cais …


Sinto o vento beijar-me a face

Traquina


Acelero.

Levanto a roda da frente

E dou início à corrida

Solitária


Eu

E a minha enferrujada bicicleta.



Pedalo a toda a velocidade

Sob o laranja – lilás do céu



O cheiro a óleo

Queimado

Diz-me que estou perto do estaleiro


Travo bruscamente

Cheguei.


Contemplo a marina

Está praticamente deserta


Os barcos descansam na areia

O mar embala-os docemente

Ao longe


Corro velozmente até ao cais

Aceno

Alegremente

Já se avista, a chegar, o barco do meu avô!



21 de Agosto de 2009

Carla Alves ©



Fotografia – Nuno de Sousa ©

5 comentários:

Elcio Tuiribepi disse...

OI Carla...primeiro parabenizar pela bela postagem aqui e lá no Nuno também, ficou muito show...depois deixar meus parabens pelo seu aniversário ok...
Um pouco atrasado, mas sincero...
FELIZ ANIVERSÁRIO...
Um abraço na alma...aqui você realmente poetiza a tua essência...valeuuu

Nuno de Sousa disse...

Linda a tua poesia para essa imagem, adorei ambos texto e poesia e foi um trabalho que me encheu de alegria postar em meu blog, és uma das pessoas que melhor escreve e tens um talento fora do comum e devias aproveitar isso mesmo e um dia escrever um livro...
Aproveita a embalagem :-)
Bjs em ti minha boa amiga que admiro e mto,
Nuno

Jrosa disse...

Este trabalho está um encanto. Belas palavras e grandes fotos. Divinal e só posso dizer: Parabéns

Anónimo disse...

Olá Carla:
A imagem é bastante bonita,mas apenas fica completa com as tuas lindas palavras, que parece que estás lembrar-te do teu Avô.
Maravilhoso.
Um beijo.
Eva

Anónimo disse...

As fotos da memoria sao enternecedoras como a profunda solidao de um navio que nada mais quer avistar que um farol de uma terra tao longe quanto, quanto aquela em que nos encontramos...olhamos no infinito para descobrirmos o que fomos,sentimos agora para sermos eternamente aquilo que queremos ser e quanto falta ainda para descobrir que somos apenas nos..."Paulo Cunha"